segunda-feira, 20 de outubro de 2014

CALL ME, MAYBE!


É a primeira visão do meu amanhacer e o último do meu anoitecer. Ele me desperta de manhã a hora certa, mantém-me sempre informada e em sintonia com os últimos acontecimentos, deixa-me estar em permanente contato com familiares e amigos, é claramente de uma importância capital para a minha vida pessoal e profissional. 
Não leva a mal quando digo que estou com tensão pré-mestrual e ignoro-o completamente, mesmo quando penso em trocá-lo por outro ele continua aí, firme ao meu lado, para o bem e para o mal ele está comprometido em fazer-me feliz.
 Mas a vida é cruel e eis que chega o momento do desencanto, o desgaste é visível embora ele continua a dar o seu melhor. Não é ele, sou eu, quero algo mais, mais excitante, algo novo, diferente. 
 Apesar de tudo o que vivemos, da nossa história de amor é hora de pôr um ponto final na relação. Apaixonei-me por outro, não foi planeado, aconteceu, resisti o quanto pude mas esta atração é inevitável e entrei de cabeça nesta nova relação. 
E foi assim troquei o Iphone 5S pelo 6. 

Com os altos e baixos próprios de uma relação, que esta seja satisfatória, prazerosa, pelo menos, até que a apple nos separe. 

SENTIMENTO DE IMPOTÊNCIA!

SENTIMENTO DE IMPOTÊNCIA
De dentro do edifício onde eu estava pude observar uma jovem ainda nos seus 20 a caminhar de uma forma anormal o que me fez aproximar da janela e segui-la de longe. Vestida de umas calças piratas (acho que este é o nome para as calças um pouco abaixo do joelho) e coberta apenas pelo sutiã na parte superior, a mulher sentou-se no banco de uma paragem de autocarro, recostou-se toda e manteve a cabeça toda levantada enquanto se abanava com as mãos, como quem está com muito calor. Por acaso era uma tarde bem quente com a temperatura a rondar os 30 acima. Segundos depois levantou-se e começou a dar a volta agarrada ao poste de sinalização mesmo em frente do banco e seguiu o seu caminho. 
Obviamente drogada e delirando, pensei eu com tristeza. Por breves instantes enquanto ela estava sentada pensei sair e perguntar se estava tudo bem mas não me atrevi. 
De repente vi algumas pessoas correndo incluindo duas enfermeiras que trabalham num edifício, algo aconteceu. Quando saí vi que era a mesma jovem deitada no chão com a cara coberta de sangue segurada pelas enfermeiras, por uma senhora que parou o seu carro quando a viu cair e pelo condutor do autocarro que parou para socorrer a mulher. E eis que chega a ambulância para levar a jovem já desfalecida. 

Entre muitos comentários que se geraram, um jovem disse que a viu de joelhos no chão como que procurando algo mas nunca imaginou que ela fosse cair, senão a agarrava antes. O sentimento de impotência era generalizado e eu não parava de pensar o que eu podia ter feito antes dela se magoar. Será que devia ter chamado a ambulância antes, devia ter falado com ela e saber se ela precisava de ajuda? Devia e podia ter feito mais? Vou seguir a via positiva e pensar que foi mais uma experiência ou mais uma lição da vida.